Voltando a trama da websérie, o que o criador dela defende no roteiro é que todos devem pagar pelos seus erros. Por se passar dentro de uma igreja católica, inevitavelmente o tema desboca em Deus. Não adentrarei nesse texto na questão de sua existência: as pessoas são livres para acreditar ou não no que quiserem. O que interessa aqui, e para o bem da discussão partirei da premissa que tal entidade superior exista (mesmo não acreditando), é como é possível manter a fé Nele num mundo que beira ao caos, injustiça e perdição? Afinal, seria ele justo e bondoso mesmo?
Uma das indagações históricas mais próximas a essas foram emitidas por Epicuro de Samos (341 a.C. – 270 a.C.). Ele afirmou o seguinte:
“Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos Deus?”
Em determinado momento da história, o matador, retrucando o argumento do padre embasado no livre-arbítrio e na escolha dos indivíduos entre fazer o bem e o mal, responde que se Deus realmente se importasse com as vidas que ele, o assassino, tira, Ele poderia detê-lo a qualquer momento. Mesmo se partimos da premissa do livre-arbítrio, é justo e válido indagar se Deus não estaria sendo negligente ao permitir que determinados mal acometessem certas pessoas, como, por exemplo, as crianças. Afinal, se você pode, mas não quer salvar uma criança em perigo, como você poderia ser considerado “justo, bom e misericordioso”? vamos posta outra serie titulo:Considerações Finais
Acredito que produções como The Confession alcançam seu objetivo mais proveitoso quando faz com que seu público debata as idéias, visões e argumentos expressa nelas. Nesse texto, expus os meus argumentos sobre alguns desses temas. No fim, apreciei cada minuto da websérie, tanto pelo trabalho dos atores de peso como pelo debate proveitoso mostrado nela. Além é claro da trama bastante consistente.
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